Aproveitar um concerto sinfônico não tem mistério algum, mas, com pequenos detalhes, a sua experiência pode ser ainda melhor. Se no início for difícil, não se preocupe. Aos poucos, você vai perceber como é maravilhoso deixar a música fazer parte da sua vida.
Descubra o fascinante mundo da música de concerto e da Orquestra com e-books produzidos pela Filarmônica! Um para crianças, outro para adolescentes e um para adultos, cada um trazendo uma abordagem única sobre a Orquestra. Baixe agora e mergulhe nessa jornada musical!
Durante um concerto, qualquer movimentação perturba a execução da obra. Portanto, seja pontual e respeite o fechamento das portas após o terceiro sinal. E, se precisar trocar de lugar ou sair antes do fim da apresentação, aguarde o término de uma peça.
Conversas e pequenos barulhos incomodam muito quem está ao seu lado. Sussurros, batidinhas com as mãos, manuseio de objetos pessoais, tudo isso fere o silêncio, essencial para a música acontecer.
Nós entendemos que você queira registrar seus momentos diante da Orquestra. Mas, se estiver em uma apresentação em local fechado, deixe de lado os registros durante o concerto e apenas aproveite a música. Esta é sempre a parte mais importante.
Não se esqueça de desligar o seu celular ou outro aparelho sonoro. Além do barulho, qualquer luz acesa durante o concerto, atrapalha quem está por perto.
Na orquestra, aplausos têm hora certa. As pequenas pausas não indicam o término da obra; assim, para saber se o momento de aplaudir chegou, acompanhe o programa de concerto, que informa o número de movimentos de cada peça. Vale também ficar de olho na atitude e nos gestos do regente.
O programa de concerto é elaborado com a colaboração de diversos profissionais. Aproveite esta oportunidade a mais para conhecer música, compositores e intérpretes.
Não existe roupa certa para se ir a um concerto. Nossa sugestão é que você escolha algo confortável, mas que, ao mesmo tempo, demonstre respeito pela performance dos músicos.
A tosse perturba a concentração dos músicos e da plateia. Então, se você estiver em um daqueles dias em que a garganta não dá paz, tenha sempre por perto um lenço ou uma pastilha, e, nesse caso, escolha embalagens silenciosas.
Da chegada das partituras, passando pela montagem do palco, o caminho até chegar a uma apresentação de todos os nossos músicos no palco é cheio de detalhes. Veja aqui alguns bastidores desse processo.
Contrabaixo
O desenvolvimento do contrabaixo coincide com a evolução da própria história da música, quando a criação de novas harmonias e a introdução de sons mais graves estimularam a busca por instrumentos com registros baixos. Ele surgiu no século XVI, tornando-se frequente em orquestras dois séculos depois. Na música sinfônica ele é usado principalmente na sustentação das cordas, sendo tocado com o arco ou pinçando as cordas com os dedos (pizzicato, comum a todos os instrumentos de corda). No século XX, alguns músicos, como Serge Koussevitsky, valorizaram o contrabaixo como instrumento solista, mas o jazz foi o grande responsável pela popularização do instrumento.
CURIOSIDADE O contrabaixo é muito utilizado em outros gêneros de música, como o jazz, canções populares e até o rock. Nestes casos, a técnica do pizzicato é a maneira mais usual de se tocar.
Trecho de áudio de HERTL | Sonata para contrabaixo e piano.
Viola
A viola foi o primeiro instrumento a surgir na moderna família das Cordas. Nos primórdios da orquestra, ela era o instrumento mais relevante do grupo. Sua origem é a mesma do violino e do violoncelo – a antiga família das violas, que durante anos gerou vários instrumentos que procuravam alcançar todas as tonalidades, do mais grave ao mais agudo: viola da braccio, viola da gamba e outros. A viola, de som suave e encorpado, geralmente é responsável pelas progressões harmônicas em suporte às melodias mais destacadas. A Sinfonia Concertante de Mozart mostra com clareza as diferenças dos timbres da viola e do violino.
CURIOSIDADE As famílias de instrumentos se organizam pelo registro sonoro, do mais agudo ao mais grave. Assim também se organiza a voz humana, em soprano (agudo), contralto (menos agudo), tenor (menos grave) e baixo (grave). Na família das cordas, se a viola cantasse, seria um contralto.
AMPLIANDO A ESCUTA João Carlos Ferreira, Viola Principal da nossa Orquestra, indicou cinco obras para escutar o instrumento em ação. Nas duas primeiras temos a viola em solo executado pelo spalla e, nas duas últimas, brilha todo o naipe.
BRITTEN | Peter Grimes: Passacaglia op. 33b
Escute: https://youtu.be/l3k-q9EWfsQ
Leia a nota de programa
BERLIOZ | Haroldo na Itália, op. 16
Escute: https://youtu.be/l-6tjrLgUmg
Leia a nota de programa
BRUCKNER | Sinfonia nº 4 em Mi bemol maior, “Romântica”: II. Andante quasi allegretto
Escute: https://youtu.be/LY7m119eOys
VILLA-LOBOS | Fantasia para saxofone e orquestra
Escute: https://youtu.be/_X-jItB67TQ
Trecho de áudio de J. S. BACH | Prelúdio e Fuga em ré menor.
Violoncelo
O violoncelo – ou cello – surgiu na Itália no início do século XVI, resultado de uma evolução de antigos instrumentos de corda como a viola da gamba. No século seguinte, passou a acompanhar composições do período Barroco (1600 a 1750), mas suas reais possibilidades como instrumento solista, com obras criadas especificamente para ele, surgem a partir do século XVIII. Seu maior destaque ocorre no século XX, sobretudo a partir do trabalho de virtuoses como o espanhol Pablo Casals que, além de revigorarem obras antigas (como as seis Suítes de Bach), estrearam diversas peças novas, expandindo a técnica do instrumento.
CURIOSIDADE Dentre os instrumentos da família das Cordas, o violoncelo é o que consegue cobrir toda a extensão das vozes masculinas e boa parte das femininas, guardando assim uma relação natural com a voz humana. Por isso ele é reconhecido pelo alto grau de apelo emocional.
Trecho de áudio de J. S. BACH | Suíte para violoncelo nº 1 (II. Allemande).
Harpa
Juntamente com a flauta, a harpa é um dos mais antigos instrumentos de que se tem registro. Com sua estrutura e timbre únicos, é composta por 46 ou 47 cordas paralelas que produzem o som. Há ainda pedais situados na base do instrumento, o que permite variações nas notas tocadas.
CURIOSIDADE A fim de ajudar o harpista a localizar corretamente as cordas, todas as notas Dó são vermelhas, e todas as notas Fá são azuis.
Trecho de áudio de TCHAIKOVSKY | O Quebra-nozes, op. 71 (Ato II – Valsa das Flores).
Violino
O violino é o menor e mais agudo instrumento da família das Cordas. Ele foi criado na Itália, na primeira metade do século XVI, a partir de antigos instrumentos de cordas friccionadas que vieram de diferentes países. É o naipe mais numeroso da orquestra e se divide em duas vozes – os primeiros e os segundos violinos. Os primeiros violinos são a voz melódica, geralmente responsáveis pela realização do tema musical. Os segundos violinos ora reforçam a melodia dos primeiros, ora estabelecem o pulso constante em que essas melodias transcorrem. O spalla, violinista principal, lidera tanto o naipe como toda a orquestra, abaixo do maestro.
CURIOSIDADE O arco do violino é feito de madeira pau-brasil e cerca de 200 fios de crina de cavalo.
AMPLIANDO A ESCUTA Rommel Fernandes, nosso Spalla Associado, indicou cinco obras para escutar o violino em ação na orquestra. Nas três primeiras ouvimos o violino solo executado pelo spalla e, nas duas últimas, brilha todo o naipe.
R. STRAUSS | Uma vida de Herói, op. 40
Assista: http://fil.mg/rsheroi
Leia a nota de programa
RIMSKY-KORSAKOV | Sheherazade
Assista: http://fil.mg/rksheherazade
Leia a nota de programa
R. STRAUSS | O Burguês Fidalgo, op. 60: Suíte
Escute: http://fil.mg/rsburgues
Leia a nota de programa
SCHUMANN | Sinfonia nº 2 em Dó maior, op. 61: II. Scherzo
Escute: http://fil.mg/ssinf2
Leia a nota de programa
MENDELSSOHN | Sinfonia nº 4, op. 90, “Italiana”: I. Allegro vivace
Escute: http://fil.mg/msinf4
Leia a nota de programa
Trecho de áudio de BRUCH | Concerto para violino nº 1 (I. Prelúdio: Allegro moderato).
Corne Inglês
O corne inglês possui um timbre suave e soa uma quinta abaixo do oboé. Suas potencialidades foram amplamente desenvolvidas a partir de obras de compositores do período Romântico como Berlioz, Dvorák e Wagner, embora já fosse usado em peças Barrocas (Haydn) e Clássicas (Beethoven). Um pouco maior que o moderno oboé e com uma campana arredondada na extremidade, o corne inglês também produz seu som a partir de palhetas duplas. A formação de todo instrumentista de Corne Inglês passa, antes, pelo oboé.
CURIOSIDADE Não se sabe ao certo a origem do nome corne inglês, mas alguns estudos dizem que ele se desenvolveu a partir do oboé de caça, no século XVII, que tinha forma curvilínea. Em francês seu nome é “chifre angulado” ou “corpo angulado”. Em alemão, seria algo como “trompas tocadas pelos anjos”.
Trecho de áudio de MUSSORGSKY | Quadros de uma exposição (X. A Grande Porta de Kiev).
Fagote
É possível que o fagote tenha sua origem em um antigo instrumento conhecido como bombarda-baixo. Esse instrumento tinha mais de dois metros de comprimento, necessitando, por vezes, de uma pessoa que a segurasse para que outra a pudesse tocar. A solução encontrada foi a de dobrá-lo ao meio, o que resolveu a questão da dimensão, mas alterou sua sonoridade. A partir do século XIX, o fagote sofreu uma série de melhoramentos e hoje sua estrutura é composta por uma parte em metal (bocal) e quatro partes construídas em madeira (asa, culatra, baixo e campana), encaixadas uma na outra. Assim como o oboé e o corne inglês, o fagote usa palheta dupla.
CURIOSIDADE Como o fagote é de construção bastante complexa, são poucos os fabricantes existentes mundo afora. O Brasil é um dos poucos países que o fabricam e o nome do construtor é Hary Schweiser.
Trecho de áudio de GRIEG | Peer Gynt: Suíte nº 1 (IV. Na Gruta do Rei da Montanha).
Flauta
A flauta um dos instrumentos mais antigos de que se tem conhecimento. Mas sua incorporação a uma orquestra somente aconteceu na segunda metade do século XVII, após o flautista, compositor e luthier alemão Theobald Boehm criar a moderna flauta transversal. Hoje produzida em metal, a nova flauta manteve o timbre “amadeirado” da Antiguidade. Frequentemente tratada como instrumento solista e como instrumento da orquestra, dos sons mais agudos aos mais graves temos os seguintes tipos de flautas: o Flautim (também chamado Piccolo), a Flauta de concerto (em Dó), a Flauta contralto (em Sol), a Flauta baixo (em Dó) e a Flauta contrabaixo (em Dó).
CURIOSIDADE A flauta era, em suas origens, talhada em osso animal. Em uma caverna na Eslovênia, foi encontrado um fragmento de uma flauta, feita do fêmur de um urso, cuja idade é estimada entre 43 mil e 82 mil anos.
Trecho de áudio de BIZET | Carmen: Suíte nº 1 (III. Intermezzo).
Oboé
O oboé, como o conhecemos hoje, é o resultado de importantes modificações ocorridas no decorrer dos séculos XVIII e XIX, como, por exemplo, o aumento de sua extensão. Com um formato ligeiramente cônico, possui quase o mesmo tamanho do clarinete. Seu funcionamento, porém, é diferente. O oboé possui 25 buracos com chaves que, ao serem pressionadas, alteram o fluxo do ar que vibra uma palheta dupla acoplada ao instrumento. A vibração dessa palheta produz um som que se caracteriza por um timbre delicado e, ao mesmo tempo, penetrante.
CURIOSIDADE O oboé é um instrumento muito conhecido no Oriente desde a antiguidade. Foi introduzido na Europa pelos cavaleiros que retornaram das Cruzadas. É o oboé que, antes do início de um concerto, emite a nota de referência para a afinação de toda a orquestra.
Trecho de áudio de SAINT-SAËNS | Sansão e Dalila, op. 47: Bacanal.
Piccolo
Instrumento mais agudo da orquestra, o flautim – ou piccolo – é uma versão menor da flauta transversal. Por sua pequena dimensão, as chaves, que têm a finalidade de diminuir ou aumentar o comprimento da coluna de ar no interior do tubo, estão muito próximas umas das outras, o que dificulta sua execução. O piccolo exige, ainda, embocadura e sopro muito precisos. Um grande desafio para seu instrumentista é a execução do Concerto para flautim, de Antonio Vivaldi, uma peça do período Barroco, extremamente virtuosa, o que força o músico a demonstrar excelência técnica para alcançar a articulação e ritmo adequados em sua execução.
CURIOSIDADE Enquanto a flauta, cujo tubo tem 67 cm de comprimento, dividido em três partes: cabeça ou bocal, corpo e pé, e alcança três oitavas (Dó3 a Dó6), o flautim, com a mesma estrutura e comprimento de apenas 33 cm alcança três oitavas de Ré4 a Dó7.
Trecho de áudio de BIZET | Carmen: Suíte nº 2 (V. La garde montante).
Contrafagote
O contrafagote é o mais grave instrumento da orquestra. De estrutura semelhante ao fagote, seu tubo, no entanto, se curva quatro vezes sobre si mesmo e possui um pavilhão de metal voltado para baixo. Seu som é profundo e seco, soando uma oitava abaixo do fagote normal. Nas raras vezes em que aparece como solo dentro da massa orquestral, tem por função criar atmosferas lúgubres ou grotescas.
CURIOSIDADE Como o seu som de tão grave pode se assemelhar a um rosnado, o som do contrafagote algumas vezes é associado à representação de monstros e feras, como em Ma Mere L’oye do compositor francês Maurice Ravel.
Trecho de áudio de MUSSORGSKY | Quadros de uma exposição (X. A Grande Porta de Kiev)
Clarinete
O Clarinete surgiu no século XVII, mas somente por volta de 1840 atingiu sua estrutura atual. Possui um sistema de chaves semelhante ao da flauta, criado por Theobald Boehm, uma palheta, a boquilha por onde o músico sopra e uma campana na extremidade oposta. Ao longo dos tempos surgiram clarinetes de dimensões e timbres variados como a Requinta (Mi bemol), o Clarinete em Dó (de timbre mais brilhante), em Si bemol (muito usado na atualidade), Clarinete em Lá (de pouco uso) e Clarinete-baixo em Si bemol, uma oitava abaixo do outro de mesma tonalidade.
CURIOSIDADE A família de clarinetes é grande, são onze tipos de instrumentos que vão desde a Clarineta Sopranino, com som mais agudo, até a Clarineta Octocontra-Baixo, com som mais grave. Esta última mede 2,76 m!
Trecho de áudio de RESPIGHI | Os pinheiros de Roma.
Trompete
Introduzido em orquestra a partir do século XVII, o trompete é o mais agudo e mais antigo entre os instrumentos de metal. É feito de um tubo cilíndrico, recurvado sobre si mesmo, em cujas extremidades ficam o pavilhão e o bocal. O trompete atualmente possui um sistema de três pistões, o que possibilita aumentar seu registro. Ele pode ser afinado em ré ou, mais frequentemente, em si bemol ou dó. A qualidade do som pode ser modificada com a surdina, peça de madeira introduzida no pavilhão. Alcança duas oitavas e meia, começando do fá abaixo do dó médio.
CURIOSIDADE Em 1923, quando o túmulo de um faraó egípcio foi descoberto, os arqueólogos encontraram dois exemplares de trompetes datados de aproximadamente 1350 a.C.
Trecho de áudio de CHARLIER | Estudo transcendental nº 2, “Du style”.
Tuba
A tuba surgiu no início dos anos 1800. É o membro mais jovem da família dos Metais, e também o maior e o que produz o som mais grave. Feita a partir de um tubo cilíndrico, recurvado sobre si mesmo, o pavilhão da tuba possui forma de sino. O som é controlado por válvulas ou pistões, cujo número normalmente varia de três a cinco. Apesar do grande tamanho, seu timbre é suave e sua construção permite uma surpreendente agilidade. Às vezes é usada para tocar uma melodia, mas seu uso mais frequente é na criação de uma base sólida para os outros instrumentos da família.
CURIOSIDADE Algumas tubas, se desenroladas, poderiam alcançar 14 metros de comprimento.
Trecho de áudio de V. WILLIAMS | Concerto para tuba em fá menor.
Trombone
O corpo principal do trombone é extremamente simples e formado por dois tubos paralelos, presos um ao outro. Numa extremidade está o bocal e na outra o pavilhão. Sua principal característica são as varas corrediças, cuja função é controlar a emissão e a altura do som. Atualmente, é construído em três tamanhos: tenor, contralto e baixo. Indispensável à orquestra, no começo foi bastante utilizado em música sacras e líricas, principalmente em igrejas, quando executavam hinos ou corais. Foi o compositor alemão Ludwig Van Beethoven quem o introduziu na orquestra pela primeira vez.
CURIOSIDADE A palavra “trombone” vem do italiano e significa trompete grande. Na idade média, ele era conhecido como “puxa empurra”.
Trecho de áudio de VILLA-LOBOS | Bachianas Brasileiras nº 2 (III. Dansa: Andantino moderato).
Trompa
Considerada indispensável na orquestra a partir de 1830, a trompa é também um dos instrumentos mais complexos de serem tocados. Para obter uma extensa gama de notas, o músico precisa controlar perfeitamente o sopro, a posição dos lábios dentro do bocal e a coordenação das três válvulas que alternam o caminho do ar pelos tubos. Além disso, com a mão direita na campana, o músico controla o fluxo de ar que sai da trompa. Seu som é aveludado e suave e sua afinação é em fá ou si bemol. Alcança duas oitavas e uma quinta (si3 a fá4).
CURIOSIDADE A trompa, como a conhecemos hoje, é resultado de um longo processo de aprimoramento. Seus ancestrais são pré-históricos, quando o instrumento era feito de chifres, troncos escavados e conchas.
Trecho de áudio de TCHAIKOVSKY | Sinfonia nº 5 (II. Andante cantabile con alcuna licenza – Moderato con anima).
Bumbo
O bumbo sinfônico é uma caixa circular de madeira ou folha de ferro. Tanto a parte superior quanto a inferior são cobertas por uma pele esticada, que é apertada nas extremidades por parafusos de pressão, o que permite regular e melhorar sua ressonância. Pode ser percutido tanto com baquetas (almofadadas ou duras), quanto com vassourinhas de metal. Característico das bandas militares, foi introduzido na orquestra sinfônica por Mozart, em meados do século XVIII.
CURIOSIDADE O bumbo se adapta a diversas situações. Numa bateria ele é menor e batido por um ou dois pedais. Nas fanfarras, o músico pendura o bumbo em seu tronco e assim pode tocá-lo pelos dois lados.
Trecho de áudio de bumbo.
Caixa
A caixa possui o mesmo tipo de construção do bumbo: um cilindro em que as extremidades são recobertas por uma pele esticada. Essa pele geralmente é apertada por parafusos que regulam o som. Há dois tamanhos de caixa. Uma é maior e mais funda e sua sonoridade é mais opaca. Uma menor, também conhecida por tarol, tarola, ou caixeta clara, possui cordas metálicas que proporcionam uma sonoridade mais clara e energética, característica das marchas militares. Um bom exemplo do uso musical da caixa pode ser observado na obra Bolero, do compositor Maurice Ravel, em que o instrumento é tocado, initerruptamente, durante toda sua execução.
CURIOSIDADE A caixa também é usada em bandas militares e como uma das partes da bateria.
Trecho de áudio de caixa.
Prato de Ataque
Os pratos de choque, quando golpeados um contra o outro, produzem um som impactante, forte, normalmente quando toda a orquestra está tocando forte também. Existem várias técnicas de produção de sons a partir do atrito entre os pratos: pode-se deixar o som ressoar até sumir, pode-se abafá-lo logo após o choque, criando suspense, pode-se produzir sons contínuos batendo-os suavemente ou agitando-os. Os efeitos dependem do que a música pede.
CURIOSIDADE Em muitos concertos, o pratista não toca mais que uma vez, porém, sem a sua participação, a música não atinge seu clímax. Há porém casos como o da Quarta Sinfonia do compositor russo Piotr Ilitch Tchaikovsky em que o som dos pratos de choque aparece 193 vezes!
Trecho de áudio de TCHAIKOVSKY | Romeu e Julieta: Abertura-Fantasia.
Pandeiro
O pandeiro é um tambor pequeno, muito frequente na música folclórica de vários países e usado em diferentes ritmos brasileiros como samba, maracatu, baião, pagode. Provavelmente originário do Oriente Médio, ele é utilizado também na orquestra, porém em sua versão sinfônica. Sua estrutura é composta por um corpo de madeira raso, uma pele (de animal ou sintética) esticada com a ajuda de parafusos de fixação ou cola e percevejos. Possui, ainda, pequenos discos de metal colocados ao redor da borda, que são chamados de platinelas – são elas que conferem brilho ao som percutido.
CURIOSIDADE O pandeiro pode ser agitado, de forma que somente as platinelas soem, ou pode ser tocado com as pontas dos dedos, com os nós dos dedos, contra o joelho ou apoiado no mesmo. Pode também ser friccionado com a ponta de apenas um dedo para a obtenção de um som contínuo.
Trecho de áudio de DVORÁK | Abertura Carnaval.
Glockenspiel
O glockenspiel ou metalofone é composto por 30 placas de aço, de diferentes tamanhos e organizados dentro de uma escala cromática. Para tocá-lo, o percussionista usa baquetas leves, de cabeça de borracha, madeira e metal. O nome glockenspiel significa “toque de sinos”, e essa expressão remete ao timbre do instrumento. Na obra O aprendiz de feiticeiro, o compositor Paul Dukas utiliza o glockenspiel várias vezes em sua orquestração.
CURIOSIDADE O glockesnspiel ou metalofone se parece muito com o xilofone. A diferença está no material: um é de metal e o outro é de madeira (xilo, em grego, significa madeira).
Trecho de áudio de DUKAS | O Aprendiz de Feiticeiro.
Xilofone
O xilofone é similar ao metalofone, mas suas teclas são feitas de madeira (xilo, em grego, significa madeira, xilofone significa “sons de madeira”). Seu timbre é duro e brilhante e pode ser tocado com baquetas de diversas gradações de dureza. O xilofone passou a ser usado em orquestras a partir do século XIX. A primeira obra a usar o xilofone como instrumento solista foi O Carnaval dos animais, de Camille Saint-Saens, composta em 1886.
CURIOSIDADE A sequência em que se ordenam as placas de madeira do xilofone e seus similares (vibrafone, marimba) é a mesma das teclas do piano, das mais graves, à esquerda do pianista, às mais agudas, à direita.
Trecho de áudio de Porgy and Bess: um retrato sinfônico – George Gershwin.
Vibrafone
O vibrafone tem o mesmo princípio de funcionamento do xilofone e do glockenspiel. O percussionista toca nas placas de aço com baquetas, por sua vez, embaixo de cada placa há um tubo afinado com a mesma nota da placa que faz com que o som ressoe. O curioso é que dentro de cada tubo existe um ventilador acionado por motor elétrico, que concede ao instrumento um timbre doce, de vibrato único.
Trecho de áudio de BERNSTEIN | West Side Story.
Cravo
A principal característica do cravo é que, diferentemente de outros teclados como piano e celesta, suas teclas acionam plectros que puxam a corda, fazendo-a vibrar, exatamente como se faz soar a corda de uma guitarra, quando se usa a palheta (que é um plectro). No cravo, essas palhetas são feitas da parte dura das penas de aves, principalmente de ganso ou de corvo. Hoje, os fabricantes de cravos estão utilizando um plástico – o delrin -, de textura igual à das penas de aves e que dá mais durabilidade aos plectros.
CURIOSIDADE O cravo foi inventado na Idade Média, possivelmente por volta do ano de 1300, quando há registros do instrumento. Foi muito tocado na primeira metade do século XVIII, mas, foi esquecido durante muito tempo. Na passagem para o século XX o cravo foi redescoberto, e com ele, uma tradição musical de mais de trezentos anos.
Trecho de áudio de J. S. BACH | Minuetos em Sol maior e em sol menor
Acordeom
Piano
Pode-se afirmar, com um considerável grau de certeza, que o piano é o instrumento com mais peças escritas para ele. O piano é um instrumento versátil, usado em diversos estilos musicais. Existem dois tipos de piano: o de cauda, cujas cordas estão armadas horizontalmente, e o de armário, com as cordas situadas na vertical. Foi inventado em 1709 pelo italiano Bartolomeu Cristofori em Pádua, na Itália.
CURIOSIDADE Chopin, o grande compositor de origem polonesa que viveu na França, foi o primeiro a se dedicar quase que exclusivamente a composições para o instrumento, criando belíssimas peças e novas técnicas de execução e interpretação.
Trecho de áudio de SCHUMANN | Carnaval, op. 9.